DOLCE VITA
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                                      UNIVERSO FEMININO





Isso deveria ser uma crônica para falar de gratidão...


No entanto, antes mesmo de conseguir elaborar o primeiro parágrafo, sou interrompida, novamente, por ela. Sim! Você já deve saber quem!


A própria! Minha imaginação pede a palavra:


- Obrigada, Dona Escritora! Fez bem em passar a palavra!


- Por que?


E a naturalidade dá o tom da resposta:


- Costumo saber o que fazer com ela!


Sinto que estou irritada em tempo recorde ao indagar:


- O que quer dizer com isso?


- Preciso mesmo responder na frente dos leitores?


- Minha vida é um livro aberto para eles!


Uma risada imaginária ecoa pelo escritório antes da provocação:


- Livro aberto de mistério! Nem o seu nome você fala, Dona Escritora!


- Ora! Minha imaginação não tem imaginação? Será que nunca ouviu falar em pseudônimo? Nome artístico?


- Confessa, Dona Escritora! Você quer mesmo é escrever novela!


- Agora a imaginação voltou! Nunca pensei nisso, antes, mas não seria divertido?


- Para você seria trágico! E para o público, catastrófico!


Tento me defender:


- Novelas não fazem o meu gênero!


- Claro que não! Você não teria fôlego para um capítulo sequer! E ainda bem que não faz! Sobraria tudo para mim, aliás como sempre! Eu teria que trabalhar mais do que uma escrava!


- Isso me deu uma idéia!


- Uma? Eu perdi a conta das idéias que te dou! E o pior: de graça! Não ganho nada com isso! Só trabalho! Trabalho! Tra-ba-lho!


- Imagine, imaginação! Minha primeira novela poderia se chamar "Estafa Isaura", em homenagem ao esgotamento criativo que provoquei na minha imaginação!


- Ora, ora! Dona Escritora! O convívio comigo está começando a provocar algum efeito colateral interessante!


Respiro fundo e tento não perder a concentração para essa voz imaginária atrevida. E só então, respondo:


- É verdade! Para alguma coisa você serve!


Entretanto nada é imaginação à toa! E a danada é rápida:


- Mudou o tema? Essa crônica agora é para falar de ingratidão, Dona Escritora?


Reflito antes de retrucar. É verdade. Esta crônica seria para falar da gratidão, do desejo de agradecer e comemorar com os recantistas: duzentos textos.


Então, admito:


- Essa é uma crônica que virou uma novela antes de conseguir dizer: muito obrigada! Você tem toda razão, imaginação!


A voz imaginária protesta:


- O que configura a minha dupla jornada de trabalho! Além de ser imaginação, tenho razão! Assim não dá, Dona Escritora!





(*) Imagem: Google

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Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 29/05/2009
Alterado em 02/06/2009
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