DOLCE VITA
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                                       SEM NOME NEM RÉDEAS




Sou o que escrevo, mas o que escrevo, não sou eu.
 

Oscilo entre sentir "criadora" e muitas vezes, "criatura" dentro da minha própria criação.
 

O que pode parecer uma loucura, me levou a compreender a liberdade de alguns personagens indomáveis por natureza.


Livres até da própria autora.


E confesso, não sei como, nem por onde andam. Muito menos como surgem!


Um belo dia, esses personagens dão o ar da graça e a história é escrita.


Do começo ao fim, isto é, ao fim que levará a outro começo.


E falo sempre e apenas por mim. Muitos podem criar justamente depois de tanta pesquisa, etc e tal.


Crio por intuição, ainda que tenha lido e estudado demais sobre algo.


Sei que não é a minha razão, nem meu conhecimento que irá me guiar. 


Mas antes, uma força sem nome, nem rédeas.


Ao criar posso supor controle e domínio, mas é apenas a estúpida e tola pretensão que busca anular minha fragilidade diante da história que nasce.


No fundo de cada uma delas existe uma inteligência inacessível a leis e regras.


Deve ser a alma criativa.


Ainda que a técnica, me faça abandonar a inocência lá fora, ao escrever, seu sentido é "calcular" o encadeamento de toda narrativa.
 

Entretanto, apenas a técnica não leva a nada, além de um texto bem escrito.


E sem alma.





(*) Imagem: Google

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Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 07/06/2009
Alterado em 07/06/2009
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