DOLCE VITA
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                                                   GOL CONTRA

              
                        
 
 
 
 
Tenho um talento naturalmente desastrado para cometer gafes. É impressionante. Se a pessoa não me conhece, assim que dou um fora com ela, digo:

 
- Agora posso dizer, muito prazer! Esta sou eu!
 

Minha "carreira" começou cedo. Eu deveria ter seis anos. E um dos meus tios, sempre muito brincalhão, repetia uma frase para me provocar até que disparei:

 
- Não estou ouvindo nada! Estou sem óculos!

 
Imaginem o que ouvi depois. A gargalhada dele até hoje parece ecoar na minha lembrança.


 
Alguns anos mais tarde, na adolescência, conheço a mãe de meu namorado na época. O nome dela: Dona Penha. Aqui em São Paulo temos um bairro chamado Penha. E isso deve ter ficado na minha cabeça. Fui em sua casa, passamos uma tarde agradável e eu, mais relaxada com a aparente simpatia da sogra, me despeço assim:

 
- Foi um prazer conhecê-la, Dona Lapa!

 
Pois é! Outra ligeira confusão. Dessa vez com nomes de bairros.

 
Namorei, muito tempo depois, um carioca. Fui ao Rio conhecer sua família. E em um desses almoços, só com as mulheres, na ânsia de causar boa impressão, consegui apenas mais um "gol contra" para a coleção!


O assunto girava em torno de pessoas que se mudam, no caso para o Rio de Janeiro, a trabalho. E eu quis dizer que havia muitos paulistanos naquela cidade e quando me dei conta, falei:

 
- É impressionante como tem cariocas no Rio!

 
Uma das tias dele, disse: 

 
- Com essa violência por aqui, tua frase é quase filosófica!

 
Pois é! Nada como senso de humor e uma boa pitada de boa vontade!

 
E para encerrar o "momento gol contra", estava em um jantar na casa de uma amiga querida. Ela costuma reunir grandes grupos que não se conhecem.


Numa das rodas que se formaram, as pessoas falavam ao mesmo tempo. Uma mulher contava uma história de viagem com seu ex-marido, mas era impossível ouvir com clareza.


De repente, daquele meu jeito desastrado e assustada com o sentido absurdo que imaginei ter escutado, pronunciei a pergunta (surreal) que não queria calar:


- A senhora viajou para cornear seu ex-marido?!!!


O que ela havia dito? 


"- Viajei com meu ex-marido para Coney Island."



Pois é!


Eu juro que sou educada!




(*) Foto: Google

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Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 19/06/2009
Alterado em 22/09/2009
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