DOLCE VITA
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                      QUANDO SETEMBRO SANGROU
 



 
Há oito anos o mundo paralisava diante da televisão. Os Estados Unidos, país que habita o imaginário da humanidade com filmes repletos de efeitos especiais, vivia a mais terrível cena de sua história. E sem nenhum de seus diretores consagrados para gritar: "ação" ou "corta"!


No dia onze, setembro sangrou inúmeras vidas, soterradas pela violência inominável de um atentado terrorista, na cidade que acolhe pessoas de todos os cantos do planeta.


Lembro que naquela manhã não pude trabalhar. Acordei gripada e com febre. Por mais estranho que pareça, ao ligar a televisão, pensei em acompanhar o que estava acontecendo no mundo. Sintonizei um canal de notícias da TV a cabo e a imagem ao vivo do prédio surgiu. O repórter ainda imaginava tratar-se de um acidente. O primeiro avião havia colidido contra uma das torres gêmeas.


Acho que meus olhos não piscavam mais. Apavorada, assisti em tempo real o segundo avião atingir a outra torre. E o cenário do terror e da tragédia completamente instalado. Demorei a acreditar: pessoas se jogavam do edifício em chamas. E em seguida, um dos maiores símbolos do poder econômico do Ocidente desabava literalmente.


Como descrever a sensação de impotência diante de um acontecimento devastador? Pensei nas vítimas anônimas. E suas famílias: testemunhas oculares do fim mais estúpido e cruel. Vidas interrompidas. Despedidas via celular. Como suportar ouvir alguém dizer que te ama e momentos depois, os sonhos, planos, histórias e laços ruírem diante de seus olhos numa tela? O caos rompe o sentido. E o mundo se resume a escombros!


Quantos rostos deixaram de sorrir? Quantos pais não voltaram para casa? Filhos, amigos e companheiros perdidos num instante. Tanta dor cicatriza? Como elaborar o luto imposto pela intolerância? O que pensar e entender através de um episódio obscuro, truculento e desumano?


O terror é uma "máquina de moer gente". Naquele onze de setembro, corações e mentes foram triturados diante de nossos olhos.





(*) IMAGEM:
Google


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Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 11/09/2009
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