No cais desta história idas e vindas dançam uma trilha de lágrimas e lembranças. Coração sufoca. Garganta comprime diante de tantas despedidas. A linha do tempo marca o rosto da vida.
Haja fôlego para amar assim! Muitas vezes quanto medo! Em outras, raiva...
Conter a inquietação seria tolice quando a alma é uma avalanche de interrogações.
O que será de tantos planos?
E se a vida pregar mais uma peça?
E se o sonho for apenas ilusão?
De que adiantará tanta agonia em cada adeus?
Despedidas se arrastam como as correntes fantasmagóricas de castelos medievais.
E a verdade?
A verdade poderia ser esta: de repente, não se sabe onde ir, nem porque, mas a pessoa prossegue à revelia do próprio medo. Hora de ouvir velhas frases. Palavras esvaziadas antes do aceno. Gestos intensos cortam o ar com a força do desejo aprisionado pela realidade.
É preciso tentar enganar a própria dor para não dilacerar.
No entanto, dor e tempo são inevitáveis. E uma voz suave anuncia a última chamada para o vôo.
Mais uma vez, o abraço e a vontade inútil de ficar.