E para não gritar na janela, escreveu: a vida não é um conto de fadas, e ninguém a salvou. Hoje sofre tanto em sua ausência que o corpo dói. Ele se tornou um vício enquanto acreditava que poderia amar em mansidão.
Que nada! Ama indecentemente. Seu mundo é ele. Uma tarde descobriu-se cafona ao apelidá-lo de Sol. Empolgou-se e, com voz manhosa, mudou para Solzinho. O amado achou o máximo. Seria irônico se ele achasse que merecia mais.
Apaixonada, vive dilemas. Nunca sabe se há reciprocidade nem se amar é o suficiente. Pergunta ao analista, ao médico e até a dentista. Entretanto não teve a menor dúvida ao comprar os óculos em formato de coração.