"Vai chamar Tuwillysson", decretara a mãe, depois do tal sonho sem pé nem cabeça que tivera na véspera do parto. Quarenta anos mais tarde, lá estava ele, sem muitas histórias para contar. Ao voltar a pé do trabalho naquele fim de tarde abafado, alguns metros antes da casa onde morava, uma mulher o chamou:
— Tuwillysson!
Ouvir seu nome pronunciado sem qualquer hesitação era algo improvável. Além da família, e da namoradinha que o abandonara no segundo ano do colégio, ninguém mais acertava o dito cujo. E, agora, aquela voz feminina acabara de dizê-lo com uma naturalidade desconcertante. Teria ela voltado? Como o encontrara? Bastaria virar-se para descobrir. Ao invés disso, seguiu pela calçada fingindo não ser quem era. Os passos, bem atrás de si, traziam uma inesperada sensação de estar acompanhado. Logo ele, que não sabia mais o que era proximidade. Se ao menos não houvesse tanta beleza naquela voz de mulher ao dizer "Tuwillysson" teria sido mais fácil abrir o portão sem olhar para trás.