Judite queria gritar ao mundo que acabara de ser pedida em casamento. Sonhou com aquele dia — agarrada à esperança — por quarenta e quatro anos. E agora estava a um passo de realizar seu maior desejo.
Na véspera do enlace, Judite e seu noivo compareceram ao cartório. A juíza tinha por hábito promover um encontro para conhecer melhor os noivos. A conversa transcorreu agradavelmente até a magistrada perguntar por que um escolhera o outro para casar.
Judite foi a primeira a responder. Caprichou nas palavras, elencando as qualidades admiráveis de seu futuro marido. Quando chegou a vez do noivo, Judite mal conseguia conter a ansiedade para ouvir a lista de virtudes que encantaram seu amado. Ele foi breve: