Lorena deslizou os dedos sobre a superfície embaçada do vidro. Num piscar de olhos sua imagem desaparecera. Agora, do outro lado do espelho, havia apenas o reflexo da parede de azulejos. Ainda perplexa, ela sentiu a aproximação de alguém. Girou lentamente o corpo. E viu sua imagem em carne e osso.
O outro eu foi breve:
— Lorena, o que você quer?
Por um instante a pergunta ecoou dentro dela. Mas era tarde. Logo os silêncios de Lorena falaram mais alto.