Bernardo desceu os degraus da enorme escadaria de pedra. No ar úmido e frio da masmorra havia um forte odor adocicado de sangue. Nenhum outro cheiro o atraía com tamanha intensidade. Bernardo respirou fundo desejando prolongar a sensação excitante, e sorriu. Aquela noite não poderia ter sido mais perfeita. O corpo degolado da vítima ainda estava ali. Outra mulher carente e ingênua que se apaixonara por ele no papel de bom moço. Bernardo sentia o mesmo prazer duas vezes: ao ver aquelas mulheres — completamente seduzidas — perderem a cabeça. E, depois, ao arrancá-la de seus corpos.