Helena agarrou-se ao travesseiro enquanto observava o olhar perdido de Antônio. Ela poderia jurar que aquele homem não prestara a menor atenção a nada do que acontecia no quarto. Talvez, sem aquele ar inatingível, Helena não tivesse caído de amores por ele. Adorava tê-lo ali tão perto e ao mesmo tempo em lugar algum.
Apesar de estranha, a verdade era simples: Helena não suportava a ideia de segurança. Ela precisava oscilar entre a alegria da aproximação e, no instante seguinte, perceber que ainda havia um longo caminho até o brilho daqueles olhos. Helena não queria viver uma história de amor. Era a sensação de estar a um passo dele que a interessava. Quem sabe, assim, durasse mais.