No primeiro dia de setembro, ele desembarcou na cidade imaginando que veria uma mulher extrovertida: nossas conversas ao telefone tornavam tudo tão simples. E eu me sentia livre como nunca mais seria. Talvez toda nossa história coubesse em um capítulo, mas o que vivemos tinha a força da verdade. Não. Ele não permaneceu comigo por muito tempo, apesar de impregnado em mim. E apenas para não morrer de saudade, comecei a escrever. Inventei outros rostos, nomes e gostos que passeiam por meus contos. Ainda que essas histórias me levem para mundos diversos, eu sei que haverá sempre alguma coisa dele em uma linha qualquer.
(*) IMAGEM: IRENE JACOB e PHILIPPE VOLTER em "A DUPLA VIDA DE VERONIQUE"
DIREÇÃO KRZYSZTOF KIÉSLOWSKI