Todas as tardes Scarlet caminhava até as pedras na beira da praia. E sentava-se ali, diante do farol. Nem mesmo a imensidão do mar à sua frente poderia conter a saudade que parecia transbordar de seu peito. E então chorava baixinho, sussurrando o nome dele. Por que o amor resistia ao tempo? Enquanto observava a suave ondulação das águas, ela se deu conta de que viveria com a lembrança daquele homem como uma segunda pele. Não restara outro sentido dentro dela. Ele era o seu farol.
(*) IMAGEM: ISABELLE HUPPERT "A VISITANTE FRANCESA"
DIREÇÃO HONG SANG-SOO