Ele ficou ali, na minha frente, sem saber o que dizer. Nunca entendi por que atraía tanto estes homens. Logo eu que sempre detestei os tímidos. Havia alguma coisa estranha no olhar daquele sujeito. Se rolasse uma aposta, colocaria minhas fichas no medo. Apesar da vontade de rir, continuei em silêncio. Quando acendi outro cigarro, ele resolveu abrir a boca, mas sua voz ficou presa na garganta. E então o cara teve um acesso de tosse. Dois copos de água gelada depois, ele olhou em direção à janela. E finalmente disse:
— Parece que vai chover.
Por alguma razão inexplicável, me lembrei de um filme que terminava com essa frase. Soara tão bem na tela. Talvez, por isto, eu adore cinema.