O pesadelo era recorrente. Alice sonhava estar sempre à beira do abismo. E a terrível sensação de que iria se jogar a despertava. Naquela noite, pela primeira vez, ela ouviu uma voz. Alice demorou a entender que o abismo acabara de falar com ela:
— Você não acha que já esperou demais?
A vontade de fugir dali era inútil. Alice não conseguia sair do lugar. Ainda que tudo aquilo fosse uma loucura, ela respondeu:
— Eu não quero morrer. Não vou me jogar. Nunca.
E a voz do abismo soou com uma clareza indescritível: