Sem desviar os olhos do copo de uísque, ele respondeu:
— Não sou o dono do bar. Sente onde quiser.
— Aposto que teve um dia ruim.
O homem bebeu mais um gole de uísque e retrucou:
— Sua bola de cristal está à venda?
Ela riu. E ele teve vontade de pedir que a estranha não abrisse mais a boca. Naquela noite ele só queria esquecer. Mas a mulher não parecia disposta a parar:
— Por que você não me conta o que aconteceu?
O homem respirou fundo. E a encarou:
— Por que eu contaria alguma coisa pra alguém que nunca vi na vida?
Desta vez a mulher não sorriu e disse:
— As pessoas conhecidas não ajudaram muito.
Ela estava certa. E ele, perdido. Seria uma longa noite.