Ela esperava ser atendida no bar imaginando que se tornara invisível. Do outro lado do balcão, um homem tentou alertá-la:
— Hoje o serviço tá complicado pra todos. Não é nada pessoal.
Apenas para ser gentil, Alice esboçou um sorriso. E o sujeito veio em sua direção, sentando-se ao seu lado.
— Eu sei. Você não me convidou, mas estou aqui.
Agora ela não sorria mais. Ao notar seu desconforto, o homem disse:
— Já nos encontramos. Talvez você não se lembre.
Ela não se lembrava. Ele prosseguiu:
— E desta vez não pretendo sair da tua vida.
Alice sentiu a garganta se comprimir por um brevíssimo instante.
— Isto é alguma brincadeira?
— Foi. Na primeira vez que nos apaixonamos. Eu não passava de um idiota.
Não. Ela não conseguia entender. No entanto, por alguma razão inexplicável, as palavras pareciam ecoar dentro dela. E Alice teve medo. Aquilo era loucura. Loucura? Então ele tocou levemente seu ombro, antes de dizer: