27/04/2009 18h03
Oh My Freud!
A esquina das Ruas Purpurina e Harmonia, ao contrário da leveza dos nomes, trouxe a inquietação. Saio de nossa conversa repleta de perguntas. Eu sei. Não posso reclamar. Ando sempre tão interessada nelas. E o destino pode ser bastante literal com certos desejos.
Enquanto caminho em direção ao carro, tuas intervenções voltam à minha lembrança. Meu pensamento era um amontoado de linhas pontilhadas até aquele instante. Minha respiração ainda é curta, pareço empanturrada de mim.
Uma de suas frases fisga a recordação empoeirada. E o elo do sentido se encaixa. As primeiras palavras de um novo alfabeto ocupam as lacunas de um lugar pouco arejado. Vislumbro meus passos e descubro uma estranha liberdade.
Talvez, tivesse fechado a porta entreaberta, mas você estava ali, apontando a fresta iluminada. Restava abrir e entrar. Olhar para dentro. Posso compreender essa outra linguagem porque ao me ouvir, escutei. (Há quanto tempo não me ouvia!)
Recrio a mim como uma roteirista às voltas com seu primeiro argumento. Um esboço em contornos frágeis. A idéia se enlaça à palavra numa base móvel. O terreno não é firme e ainda oscilo para um lado ou outro. Sinais de uma nova história em cenas e locações. E enfim, respiro profundamente.
Tua interlocução trouxe oxigênio ao meu fôlego.
Há algumas escolhas que me orgulho de ter feito. Você já me ouviu declarar algumas vezes, em sentido literal, que é o analista da minha vida.
Faltava escrever. Está aí!
P.S.: Aguardo ansiosa o lançamento do seu romance. E o que acaba de ler seria uma crônica, se não fosse crônico. Oh my Freud!
Publicado por Dolce Vita
em 27/04/2009 às 18h03
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