DOLCE VITA
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Meu Diário
26/10/2011 23h46
UMA CRÔNICA DE TERROR

Esta história é verídica e graças ao senso de humor de meu interlocutor narra o início de umas das amizades que fiz em Itaipava, na região serrana do Rio de Janeiro.

A festa era badaladíssima. Um ator se casava. E lá estava eu, uma "poderosa anônima" entre tantos rostos conhecidos. Cantores, diretores de novela e claro, muitos atores e atrizes.

Como estava lá? Digamos que o destino conspirou para isso.

Entretanto não é para falar das celebridades, mas de quem, como eu, estava ali por algum elo de ligação com o casal que se unia.

Ele é um espanhol intenso demais no trato com as pessoas e naquele belíssimo fim de tarde, depois de algumas doses generosas de um coquetel qualquer, esbarrou em mim. Literalmente.

Não sei se era efeito da ausência de censura, a festa em si ou a irritação da alma mesmo, o fato é que ele ficou bravo, como se meu corpo tivesse se transformado em um obstáculo voluntário em seu caminho para o bar e gritou:

- Hei! Você ficou na minha frente!

Pelo sotaque, ao perceber que era espanhol, brinquei (o humor pode salvar vidas!):

- "ETA"?

- Como?

Tentei mudar o país:

- "IRA"?

- Hã?

Talvez o som lembrasse sua língua natal:

- "Hamas" explico uma piada! Sou tímida demais! E se fosse mulher, provavelmente ainda ouviria algo sobre as  "brigadas vermelhas"!

O homem começou a rir diante dos exemplos de terror que citei. E deve ter se dado conta da irritação, fora de propósito, que o tornara tão indelicado comigo e perguntou:

- O que é preciso para sermos amigos?

- Você tem que "resbolá"!




P.S.: Legenda: abomino a prática do terrorismo (seja paralelo e clandestino ou de Estado). 

Publicado por Dolce Vita
em 26/10/2011 às 23h46
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