Era uma vez em Hollywood, onde os fracos não têm vez, a história de um casamento que durou 4 meses 3 semanas e 2 dias. O homem urso e sua esposa ninfomaníaca, o retrato de uma jovem em chamas, passaram a lua de fel perdidos na noite dentro do labirinto do fauno.
Inconformada, ela disse:
— Você me prometeu nove semanas e meia de amor em Roma, Casablanca e Manhattan.
Ele deveria responder embriagado de amor, mas foi apenas cínico:
— E a volta ao mundo em 80 dias, você não quer?
A jovem retirou a fita branca dos cabelos encarando o esposo:
— Desencanto. O segredo dos seus olhos: uma noite de sexo, mentiras e videotape.
— Você queria o quê? Um gigolô americano com cara de por quem os sinos dobram cantando na chuva?
— De repente, no último verão…
— Isso aqui não é o império dos sentidos.
Ela rebateu:
— Nem dos sonhos.
Antes do anoitecer, a mulher do homem urso pensou nele, sempre ele: o irlandês que conhecera em 1917. Sob a pele, a sintonia de amor.
Ao seu lado, o homem urso sonhava com a mulher do tenente francês. Ela, sempre ela, Kika, de salto alto, gritando:
— Ata-me!
E a noite americana terminaria assim, em clima de amor, sublime amor.