“CREPÚSCULO DOS DEUSES” (“SUNSET BOULEVARD”), dirigido por BILLY WILDER, é um drama noir e uma de suas obras-primas. Talvez a mais cultuada de sua magistral filmografia.
Joe Gillis (WILLIAM HOLDEN) é um roteirista endividado que não consegue vender suas histórias para os estúdios de Hollywood. Um incidente o coloca dentro da mansão de Norma Desmond (GLORIA SWANSON) uma estrela do cinema mudo, que se recusa a aceitar a realidade: o tempo de seu estrelato acabou. Ela vive ali com o fiel mordomo Max (ERICH von STROHEIM) que alimenta suas ilusões, escrevendo cartas de supostos fãs e atendendo as solicitações da antiga estrela.
O filme começa pelo fim: vemos um corpo boiando na piscina. O roteirista foi assassinado na mansão de Norma (“O pobre coitado sempre quis ter uma piscina. No fim ele conseguiu uma.”). Ouviremos a voz de Joe, que parte da cena do crime para voltar ao início da história. E assim, nos bastidores de uma Hollywood não tão glamurosa, mergulharemos no mundo fantasioso de Norma Desmond (“Eu sou grande. Os filmes é que ficaram pequenos”), que pretende voltar a filmar e contrata Jeff para ajudá-la com o roteiro que criou.
Norma envolverá Jeff numa relação cada vez mais densa, marcada pelo seu egocentrismo. Duas brilhantes atuações que refletem as qualidades de um precioso ROTEIRO. Escrito por WILDER, além de outros dois autores, levou o OSCAR e costura toda narrativa com diálogos afiados e uma precisão absoluta.
A DIREÇÃO DE ARTE também merece destaque: todo o interior da casa de Norma Desmond foi recriado em estúdio. Um trabalho fabuloso que levou o OSCAR, assim como sua trilha sonora.
“CREPÚSCULO DOS DEUSES” com seu olhar crítico à indústria cinematográfica teve onze indicações: Melhor Filme, Melhor Direção e todas as categorias de atuação.
O famoso diretor Cecil B DeMille, Hedda Hopper, a colunista de fofocas mais conhecida de Hollywood e o grande Buster Keaton interpretam a si mesmos no filme.
A cena final e antológica (“Tudo bem, Mr. DeMille, estou pronta para o meu close.”) escancara o total rompimento com a realidade de Norma Desmond, uma das personagens inesquecíveis da história do cinema.
Há muito a ser analisado, mas com este post desejo apenas exaltar a excelência de um dos maiores filmes de todos os tempos.
NOTA: meus microcontos são uma homenagem ao cinema e dialogam apenas com a imagem que os inspirou, sem necessariamente se alinhar à história dos filmes.
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