Ao ouvir esta frase, meu interlocutor carioca, apenas sorriu. Deve ter concordado, mas não quis aumentar a nebulosidade no ar.
Afinal, poderia chover e arruinar o final de semana na cidade maravilhosa.
Entretanto é um fato (e um fardo). Sou nublada. E o Rio de Janeiro contrasta com a minha natureza.
Lá é tudo extremamente solar. Diurno. O colorido exuberante e explícito. Seus magníficos contornos lembram pinceladas de um mestre da pintura.
Dizia o poeta: a alma canta. A minha, escreve. Quando estou no Rio, ainda mais.
Diante de uma parede, projetei a mesa onde coloco o notebook. Me acomodo longe da janela para não desviar a atenção pela luz, graça e as cores da cidade.
Heresia ou não, sinto saudade do céu (parcialmente) encoberto.
Preciso de entrelinhas.
Talvez, as nuvens sejam as minhas.
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