DOLCE VITA
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                                      Coisa de Criança




Um dia todos nós fomos crianças.


Muitos preservam o lado infantil no aspecto lúdico e criativo.


Alguns, por características de personalidade, permanecem de forma concreta, como "Peter Pan" que recusa-se a crescer.


Esta crônica fala do tempo da criança que fui. E, de alguma forma,  presente na minha alma, na curiosidade em entender a vida e o mundo, nas gargalhadas napolitanas que contrastam com minha natureza reservada, enfim, naquilo que me tira do eixo carrancudo que a vida pode oferecer a quem não suporta seus percalços.


Durante um certo período fui a única criança da casa. Talvez, isso explique o fato de que, ao invés de falar "mamãe" ou "papai", por imitação, dizia os nomes próprios deles.


Meus pais achavam graça e lidaram com isto naturalmente. Comecei a falar muito cedo. Ao redor de um ano. E por incrível que pareça, falava corretamente! Quem sabe, tivesse deixado os erros para outros tempos, mas, não vem ao caso nesta crônica, afinal errar é humano!


Vivíamos em uma casa que mais parecia um sítio, numa região onde meu pai era o único médico dali. Portanto, minha casa, recebia muitas pessoas atendidas por ele e que, sem poder pagar, retribuíam trazendo galinhas e outros animais.


Não sei o que uma criança, com quase três anos de idade, poderia entender daquela movimentação intensa. O fato é que deveria observar a ajuda para muitas pessoas. Meu pai com a medicina e minha mãe com as doações em remédios, alimentos e vestuário.


Certo dia, conta minha mãe, estávamos na varanda e uma das clientes de meu pai, nos visita. A filha adoentada, estava bem melhor e poderia comemorar o aniversário, sem aqueles sintomas que a afligiam, graças ao tratamento que meu pai havia indicado e a medicação oferecida por minha mãe.


Ao ouvir que era aniversário da filha dela, para total assombro de minha mãe que não sabia como se desculpar pelo constrangimento involuntário, falei entusiasmada:


- Vou na sua casa! Se tiver alguma roupinha ou sapatinho que não serve mais em mim, levo para ela!


Pois é! Meus pais bem que tentaram me educar!





(*) Imagem: Google


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Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 20/05/2009
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