Textos
VOZ DO SILÊNCIO
Aviso a possíveis leitores:
Este é o texto mais livre que escrevi até hoje.
Sugiro deixar a lógica lá fora antes de embarcar.
Se quiser viajar no sentido, bem-vindo a bordo!
Inicio cada frase como quem escolhe uma roupa. Olho no espelho e desaprovo.
Apago todas elas. E novamente o confronto da tela em branco.
Para onde foram as palavras que apaguei?
Por um instante, imagino um mundo paralelo onde existam "guarda-palavras" e "guarda-sons".
Por que só pode existir guarda-roupa ou guarda-móveis?
Esse "guarda-palavras" seria o mesmo lugar que recebe as notas musicais quando a melodia é interrompida ou termina?
Nesse mundo, uma espécie de sótão dos sons, deve existir tanta vida interrompida. Pedaços de histórias e músicas jogadas ali, de todos os textos e canções cortados para se desencontrarem.
Um lugar onde o caos abraça os recortes de parágrafos dos inúmeros enredos que não chegaram a acontecer.
Seria nesse sótão imaginário que se esconde o meu silêncio?
E quando minha ansiedade estúpida me impede de parar de falar, tenho a sensação de que, o tal silêncio neste sotão, deve trepidar as prateleiras empoeiradas das palavras jogadas ali sem sentido.
Essa viagem da minha imaginação não é uma história. É apenas liberdade.
Talvez, seja também uma idéia: o mundo do sotão que guarda-palavras e notas musicais.
O exílio do silêncio de quem não suporta ouvir o vazio.
Então, talvez seja a hora de perguntar, sem medo: por que não calo e me preservo quando não sei ainda o que dizer?
É tarde!
Já comecei a falar...
Parece que ouvi a voz do meu silêncio.
(*) Imagem: Google
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Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 21/05/2009
Alterado em 21/05/2009
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