DOLCE VITA
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Textos
TODOS DIZEM EU TE AMO
Duas passagens marcaram minha alma de forma irreversível em relação ao aspecto romântico da vida.
Confesso, na primeira vez que escutei um homem propor casamento, (pasme!) estava em um hospital psiquiátrico, fazendo residência em Psicopatologia.
Legenda: eu era a residente, aluna do penúltimo ano de Psicologia Clínica.
Em pleno surto paranóico, o jovem paciente, agarrava um dos meus braços e implorava para que o ajudasse a fugir do hospital.
Para tornar a proposta ainda mais "irrecusável," prometia, em troca, algo muito valioso:
- Se conseguir me tirar daqui, prometo: caso com você!
O que descobri neste dia?
A idéia do casamento era (literalmente) uma loucura!
Na segunda passagem, igualmente insólita, porém, com um detalhe que deveria, pelo menos, em tese, mudar toda história!
E calma! Ninguém em surto nem interno!
Idílio total! O início intenso de um encantamento fulminante! Sim, é verdade! Este homem foi (é, e talvez, será sempre, para meu completo desespero) a maior paixão de toda a minha vida.
E ele me surpreendeu quando, em uma viagem a trabalho, no primeiro mês de nosso relacionamento, telefona de outra cidade e diz:
- Estou apaixonado!
A cena seria perfeita e com direito a trilha sonora ao fundo ("Love is in the air", ou se preferir, "O amor está no ar").
Eu disse "seria".
Após pronunciar a frase, meu coração vibrava no compasso daquela música do Tom Jobim ("minha alma canta, vejo o Rio de Janeiro"), mas como diria Vinicius de Moraes, "de repente, não mais que de repente", o que acontece? ("Que seja infinito enquanto dure?").
Meu namorado acabava de declarar sua paixão e a luz de toda (eu disse TO-DA) cidade acabou!!
Assombrada, escuto do outro da linha, aquele tom de voz, antes tão provocante, mudar bruscamente e dizer:
- Dolce! Estou falando sério! Não tem um ponto de luz ao redor do hotel!! É um apagão!
Deus deve ter senso de humor e sou sua filha.
Como havia perdido o momento mais romântico da minha vida, não poderia perder a piada e o acalmei:
- O amor é cego.
(*) Imagem: Google
http://www.dolcevita.prosaeverso.net
Duas passagens marcaram minha alma de forma irreversível em relação ao aspecto romântico da vida.
Confesso, na primeira vez que escutei um homem propor casamento, (pasme!) estava em um hospital psiquiátrico, fazendo residência em Psicopatologia.
Legenda: eu era a residente, aluna do penúltimo ano de Psicologia Clínica.
Em pleno surto paranóico, o jovem paciente, agarrava um dos meus braços e implorava para que o ajudasse a fugir do hospital.
Para tornar a proposta ainda mais "irrecusável," prometia, em troca, algo muito valioso:
- Se conseguir me tirar daqui, prometo: caso com você!
O que descobri neste dia?
A idéia do casamento era (literalmente) uma loucura!
Na segunda passagem, igualmente insólita, porém, com um detalhe que deveria, pelo menos, em tese, mudar toda história!
E calma! Ninguém em surto nem interno!
Idílio total! O início intenso de um encantamento fulminante! Sim, é verdade! Este homem foi (é, e talvez, será sempre, para meu completo desespero) a maior paixão de toda a minha vida.
E ele me surpreendeu quando, em uma viagem a trabalho, no primeiro mês de nosso relacionamento, telefona de outra cidade e diz:
- Estou apaixonado!
A cena seria perfeita e com direito a trilha sonora ao fundo ("Love is in the air", ou se preferir, "O amor está no ar").
Eu disse "seria".
Após pronunciar a frase, meu coração vibrava no compasso daquela música do Tom Jobim ("minha alma canta, vejo o Rio de Janeiro"), mas como diria Vinicius de Moraes, "de repente, não mais que de repente", o que acontece? ("Que seja infinito enquanto dure?").
Meu namorado acabava de declarar sua paixão e a luz de toda (eu disse TO-DA) cidade acabou!!
Assombrada, escuto do outro da linha, aquele tom de voz, antes tão provocante, mudar bruscamente e dizer:
- Dolce! Estou falando sério! Não tem um ponto de luz ao redor do hotel!! É um apagão!
Deus deve ter senso de humor e sou sua filha.
Como havia perdido o momento mais romântico da minha vida, não poderia perder a piada e o acalmei:
- O amor é cego.
(*) Imagem: Google
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Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 02/07/2009
Alterado em 02/07/2009
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Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
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