DOLCE VITA
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                          UMA IDÉIA NO HORIZONTE









Uma das coisas que mais me encanta é a idéia.



De onde ela vem?



O que fazemos com ela?



Quantos pensamentos podem enlaçar a mesma idéia?



Uma sincronicidade sugere que todos os pensamentos possíveis já existam. E estão em alguma realidade paralela à espera dos pensadores.



Idéia estranha? Original? Ambas?



Acho que existe uma ponte que liga o estranho ao original, capaz de captar a idéia e levar o sentido entre as duas margens deste rio imaginário que se comunicam.


Será que isso é pensar o pensamento? Não sei. Nem estou em busca de teorias, equações ou fórmulas.



É apenas uma idéia.


Quando me disponho a pensar (sim, acho que é uma disposição e também disponibilidade) procuro estar aberta ao que não conheço, sem com isso, deixar de reconhecer o valor do que aprendi.


Acontece que aprender é sempre uma medida inversa. Quanto mais avanço, menos entendo.


Minha consciência é uma pequena parte do conhecimento. Enquanto o que não sei, oceânico. Um mar de possibilidades que abriga não apenas o desconhecido, mas o inédito, a novidade.


Entre esse novo e antigo olhar sobre as idéias, reside um movimento que me coloca em sintonia, não apenas comigo, mas com o meu tempo.


O que é preciso guardar? 


Ou  jogar fora?


E o que mereceria outro olhar?


O pensamento sugere algo tão volátil, mas bastou insistir em uma só idéia, para ter a sensação de uma crueza estagnada. O olhar controlado e dirigido em sentido único, incapaz de captar as nuances da realidade.


E o mundo parece tão incolor nestes momentos, recheado de horas vazias que se enamoram da mais vaga idéia.


Hum... E o que resultaria dessa união?


Não tenho a menor idéia! 


Então, deve ser também por isso que dizem: nada é mais perigoso do que ter só uma idéia!


Aliás, esta é a base do pensamento fanático e perverso.


As idéias costumam surgir em momentos onde me debruço distraída no horizonte que abriga o que eu não sei.


É neste misterioso e atraente não saber que me entrego às palavras.


Em um jogo de contrastes, entre o conhecido e o insólito, reside algo
simplesmente irresistível.


Quem sabe, a energia que me faça apaixonar por idéias, artes e pessoas.


Não necessariamente nesta ordem.




(*) Imagem: Google

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Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 06/08/2009
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