DOLCE VITA
INSTAGRAM: @dolcevitacontos
Capa Meu Diário Textos Áudios Perfil Livro de Visitas Contato Links
Textos
                         MARCELLO!!!
 


                                


 
Esta crônica é uma passagem que guardo com imenso carinho. Não pensei que a publicaria, mas o cinema, depois da palavra, é uma paixão na minha vida. Então, resolvi escrever sobre aquela manhã nublada, início de outubro. O ano? Há muito tempo atrás: 1990.


Estava em Pisa, a cidade mundialmente conhecida pela torre inclinada. O aeroporto me pareceu pequeno. E eu, mais uma vez, ali, em plena TPM (Tensão Pré Martírio) porque detesto voar e começo a sofrer desde a noite anterior!


A sala de embarque ainda estava quase vazia. Observava o movimento ao redor quando ele apareceu. O grupo que viajava comigo não notou a presença. Falavam, sem parar, de sair da Itália e encarar Londres, debaixo de garoa fina, como se o clima fosse o assunto mais interessante da década!


Sinceramente? O que acontece com as pessoas quando não tem assunto e falam do tempo? O que há na meteorologia? Enfim, esta crônica não é para falar do tempo como clima, mas da hora em que meus olhos arregalaram! Sim! Eu, uma cinéfila de carteirinha, diante dele!


A capa cinza clara caía sobre os ombros e destacava o terno com direito a chapéu! Meu Deus! Um dos melhores atores do cinema, ali, na minha frente com figurino completo! Não consegui me conter. Do instante em que o vi entrar na sala de embarque, passei a repetir, exatamente como uma idiota íntima perfeita e hipnotizada:


- Marcello!


A princípio ninguém do grupo percebeu. E numa cena digna de Fellini (perdão, mestre, é metafórico!), repeti, elevando o tom de voz, incapaz de piscar ou desviar os olhos do ator. Para completo espanto dos meus amigos, levantei um dos braços, como se quisesse apontá-lo:


- Marcello!


Finalmente todos ao meu lado ouviram e viram! Ele se aproximou, retirou o chapéu, inclinando-o, e sorriu com a mesma naturalidade eternizada em inúmeras cenas da Sétima Arte. Naquele sorriso, a compreensão do que não precisaria ser dito.


E o que eu fiz? Só conseguia continuar a repetir:


- Marcello!






P.S.: Este encantamento é compreensível à luz de quem se apaixona pela Sétima Arte ou ainda, um dia, irá se apaixonar...
Nunca é tarde. O cinema é para sempre!





(*)Imagem: MARCELLO MASTROIANNI



http://www.dolcevita.prosaeverso.net


Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 04/10/2009
Alterado em 04/10/2009
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
Comentários