DOLCE VITA
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Textos
UMA CARTA PARA VOLTAR A SORRIR
Somos amigas há quanto tempo? Melhor não contar os anos? Que nada! Tenho orgulho de dizer: trinta anos de amizade! Nossa diferença de idade é mais um sinal da profunda aceitação entre verdadeiros amigos.
O laço de afeto que me liga a você aconteceu de uma forma inesperada e natural. Tantas vezes te chamei de mãe, em terríveis atos falhos, que faziam você rir debochada! Ainda bem que estudávamos Psicologia e Freud explica!
Nossa amizade é um dos mais preciosos laços que construo em minha vida. Tuas alegrias fazem parte do meu calendário de momentos especiais. Vibro com todas elas e sei que as merece. Entretanto não estava ao seu lado quando ele se foi. Perder um filho, aos dezoito anos, é de rasgar as entranhas.
Não estava no Brasil naquela época. Você bem sabe que eu teria voltado a tempo de te abraçar e estar perto. O que eu diria? A vida é estúpida? Não há sentido nisso! Por que meu Deus? Não sei, minha amiga! Lamento tanto não ter respostas, mas realmente não sei. Há momentos em que um abraço silencioso diz tudo. Imaginar tua dor e não estar próxima machucou duas vezes mais.
Não pude estar ao teu lado. Não penso que poderia suavizar nenhuma das tuas lágrimas. Seria inútil dizer qualquer coisa. Mas não estaria ali para ser útil. A amizade, muitas vezes, é exatamente a ausência de "utilidade". Somos amigas sem precisar de nenhuma razão especial, além da vontade de ser. E quando soube da tua perda, na volta, o coração veio à boca. E entendi a dimensão do meu carinho por você.
Desde aquele dia, faço graça! Nunca confessei isto antes. Comecei a escrever textos de humor e acho que, de alguma forma, precisava encontrar o caminho de volta para o sorriso e mostrá-lo à minha melhor amiga!
Quem sabe, um dia, consiga escrever a história de uma "palhacinha felliniana" capaz de levar sorrisos às crianças. E na pureza de cada gargalhada, lembrar os melhores dias que passamos em família. Quando éramos todos sem tantas perdas...
(*) Imagem: Google
http://www.dolcevita.prosaeverso.net
Somos amigas há quanto tempo? Melhor não contar os anos? Que nada! Tenho orgulho de dizer: trinta anos de amizade! Nossa diferença de idade é mais um sinal da profunda aceitação entre verdadeiros amigos.
O laço de afeto que me liga a você aconteceu de uma forma inesperada e natural. Tantas vezes te chamei de mãe, em terríveis atos falhos, que faziam você rir debochada! Ainda bem que estudávamos Psicologia e Freud explica!
Nossa amizade é um dos mais preciosos laços que construo em minha vida. Tuas alegrias fazem parte do meu calendário de momentos especiais. Vibro com todas elas e sei que as merece. Entretanto não estava ao seu lado quando ele se foi. Perder um filho, aos dezoito anos, é de rasgar as entranhas.
Não estava no Brasil naquela época. Você bem sabe que eu teria voltado a tempo de te abraçar e estar perto. O que eu diria? A vida é estúpida? Não há sentido nisso! Por que meu Deus? Não sei, minha amiga! Lamento tanto não ter respostas, mas realmente não sei. Há momentos em que um abraço silencioso diz tudo. Imaginar tua dor e não estar próxima machucou duas vezes mais.
Não pude estar ao teu lado. Não penso que poderia suavizar nenhuma das tuas lágrimas. Seria inútil dizer qualquer coisa. Mas não estaria ali para ser útil. A amizade, muitas vezes, é exatamente a ausência de "utilidade". Somos amigas sem precisar de nenhuma razão especial, além da vontade de ser. E quando soube da tua perda, na volta, o coração veio à boca. E entendi a dimensão do meu carinho por você.
Desde aquele dia, faço graça! Nunca confessei isto antes. Comecei a escrever textos de humor e acho que, de alguma forma, precisava encontrar o caminho de volta para o sorriso e mostrá-lo à minha melhor amiga!
Quem sabe, um dia, consiga escrever a história de uma "palhacinha felliniana" capaz de levar sorrisos às crianças. E na pureza de cada gargalhada, lembrar os melhores dias que passamos em família. Quando éramos todos sem tantas perdas...
(*) Imagem: Google
http://www.dolcevita.prosaeverso.net
Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 06/10/2009
Alterado em 06/10/2009
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Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
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