A FELICIDADE NÃO SE COMPRA
Escolhi o título inspirada em uma obra do diretor Frank Capra. Seus filmes parecem idealizar tanto o ser humano a ponto de nos fazer quase desejar que o mundo seja, de fato, dividido milimetricamente entre os bons e os maus. Heróis e vilões. Não há a menor noção de impunidade em seu universo criativo. Tudo que transgride, ataca, desrespeita terá seu destino e juízo.
A natureza, me parece, desconhecer o sentido de justiça. Por isso o homem criou leis. Entretanto, nada garante que serão aplicadas em todos os casos. Em outras palavras, sim, a vida é injusta. E o desconforto e a angústia que destrói a ilusão de um mundo seguro gera todo o tipo de reação e defesa.
E antes que alguém pense que ignoro ou desprezo outra justiça (a divina) esclareço que esta crônica não possui (nem pretente) a profundidade suficiente para entrar neste terreno simbólico do sagrado.
Falo do cotidiano que nos cerca e nem sempre nos tranquiliza como os filmes de Capra. Falo da vida sem expectativas irreais. Ninguém veio ao mundo para facilitar a minha existência, embora, confesso, quanto mais rezo mais assombração aparece, não posso reclamar, afinal, nada é tão ruim que não possa piorar ainda mais! E a política está aí para provar que esta é uma verdade! Embora a verdade não exista ou ninguém saiba nada a respeito, é verdade!
Senso de humor ácido, à parte, afinal sou Dolce, mas nem tão doce assim, penso que felicidade seja uma questão de crescimento, aprendizagem. Desenvolver o que temos de melhor. Conhecer (e isso demanda coragem) e conviver com o que somos! Então, suponho que ser feliz é viver o que podemos ser. E no lugar dos pesos que acorrentam a alma ou dos campeonatos de sofrimento em curta, média e longa distância seria bem mais interessante a bagagem das lições.
A vida não poupa ninguém nem se divide em compartimentos estanques de luz e sombras. Em dias nublados podemos sentir o mormaço. E nossa porção de felicidade...
(*) IMAGEM: Google
Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 06/01/2010
Alterado em 06/01/2010