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UMA ESCOLA CHAMADA AMOR
Quando uma relação amorosa é construída há diversos sinais que evidenciam tanto o investimento afetivo, responsável pela manutenção do vínculo, como os sinais de ruptura. Os pilares de sustentação amorosa necessitam de uma base sólida, porém nada garante que este alicerce será forte o suficiente para atravessar as turbulências da vida.
O amor é o sentimento responsável por nos colocar no mesmo barco com outra pessoa, mas não é a única força motriz numa jornada a dois. Por isso, quem ama não recebe um passaporte com visto para um cruzeiro em mar de rosas. Cá entre nós, nem em novela há um mar tão calmo.
Estabelecer um relacionamento é administrar necessidades. Quando o casal é bem sucedido e seu vínculo estável e longo, algumas características são observáveis a olho nu:
- Reconhecimento do valor: casais que realmente se admiram demonstram isso publicamente. Enquanto outros trocam farpas e ironia em praça pública.
- Independência: costumo comparar um casamento à capacidade de autonomia de duas pessoas adultas. Infantilizar-se, depender da família biológica original, permitir que seu vínculo seja sistematicamente invadido corre na direção contrária ao crescimento de duas pessoas que desejam ter um projeto de vida a dois.
- Respeito: quando os lados possuem um passado com direito a casamento anterior e filhos, o cuidado precisa ser redobrado. Entrar na vida de alguém com uma estrutura familiar pode ser uma experiência difícil se não houver respeito de ambos os lados: enteados, ex companheiros e os cônjuges atuais.
- Investimento: os sinais mais claros de uma relação bem sucedida é o grau de afeto dedicado ao compromisso. A intimidade de um casal lida com ingredientes indispensáveis: lealdade, confiança e alegria por estarem juntos. Quando um dos lados esquece as razões que o levaram a depositar naquela pessoa seu afeto, o fim apenas precisará ser declarado. Quem ama recordará até o último dia de sua relação, os motivos que o levam a estar ao lado de alguém.
Os valores são essenciais e a visão de mundo não precisa ser exatamente igual, mas é preciso olhar o horizonte com perspectivas afinadas ou pelo menos, complementares. As diferenças podem ser enriquecedoras entre pessoas dispostas a se deixarem afetar pelo outro. Afinal, quem ama está sempre vulnerável e por isso, aberto à experiência amorosa.
Muitos casais escrevem uma história digna das adversidades que enfrentam. Outros, ao contrário, permitem que os obstáculos ou terceiros determinem o enredo.
Amor não garante uma travessia serena porque a vida é feita de conflitos, mas é a porção de paz que duas pessoas podem descobrir em um porto seguro no mar de intranquilidade.
Apesar desta paz dar trabalho, desconheço sentimento mais reconfortante que o olhar amoroso. Entretanto ninguém deveria esquecer-se que é preciso gostar do que e de quem somos antes de amar alguém. Assim sempre haverá amor, ainda que por si mesmo.
(*) Imagem: Google
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Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 01/08/2010
Alterado em 19/08/2010
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