DOLCE VITA
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A NOITE
 
 



 

Serviu o jantar em silêncio. Humberto detestava conversas à mesa. As refeições mudas exigiram um longo e áspero aprendizado. Não exatamente por ela ser uma mulher falante. Giulia sempre fora reservada. Não. Contida era a palavra. Talvez — e apenas por isso — Humberto a escolhera. Naquela noite, com uma estranha atenção, observou o marido mastigar as torradas que acompanhavam a sopa. Giulia parecia hipnotizada pelo ruído que os dentes dele produziam ao provar as fatias crocantes do pão. No instante seguinte, com os olhos fixos e opacos, ela imaginou-se triturada dentro da boca de Humberto. Ao seu lado, Giulia sentiu que poderia se esfarelar.





 
(*) ESTE CONTO É RESULTADO DE UM
EXERCÍCIO PROPOSTO EM OFICINA LITERÁRIA
 
 
 
(*) IMAGEM: Google
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Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 20/08/2013
Alterado em 25/10/2015
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