Textos
DOIS ESTRANHOS E UMA TARDE DE VERÃO
Ele parecia ter saído de um filme de Almodóvar: vestia uma longa capa amarela e um chapéu de feltro roxo. Enquanto andava sobre a areia escaldante levando a máquina fotográfica pendurada ao pescoço, seus olhos espreitavam as imagens com a mesma sede de uma criança diante do brinquedo predileto. E então ele avistou a banhista que tomava sol com os cabelos enrolados por bobes. Além da liberdade, havia um ar cafona naquela mulher que encantara o fotógrafo. Ao perceber o olhar curioso do homem estranhamente vestido, ela reclamou:
— Nem usando bobe eu tenho sossego. Ser bonita é um carma.
(*) IMAGEM: FOTO / VIVIAN MAIER
Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 10/12/2015
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