A FORÇA DO AMOR

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A FORÇA DO AMOR

Na noite em que Gustavo viajara para fazer um curso de seis meses na Itália e Antonio voltara à cidade, Alice teve um sonho. Ela estava em uma grande casa vazia. De vez em quando tinha a impressão de ouvir um homem falar seu nome. Ela se virava e não havia ninguém ali. Em seguida, outra voz masculina repetia: "Alice, Alice", mas ela permanecia sozinha no casarão.

Ao acordar na manhã seguinte, Alice seguiria os velhos hábitos do fim de semana: caminhada no parque e na volta uma xícara de chocolate quente, na cafeteria da esquina de sua rua. Quando saiu do prédio, por um brevíssimo instante, ela fixou o olhar em Antonio, na calçada, sem se dar conta da passagem do tempo. E então veio o susto e o coração acelerado. Alice teve medo de estar alucinando, mas a cada passo ficava claro que Antonio não era uma miragem.

Ele sorriu ao vê-la se aproximar. Alice mantinha a rotina de anos atrás, facilitando o encontro entre os dois. Enquanto caminhava em direção a Antonio, lembrou-se do sonho. Agora ela entendia: os dois homens que a chamavam eram Antonio e Gustavo.

Alice parou diante do grande amor de sua vida, ainda surpresa. E como se nunca tivessem se separado, Antonio disse apenas duas palavras:

— Vem comigo.

Naquele momento, o mundo parecia não existir para dar lugar aos dois. Alice não pensou em Gustavo. Talvez nem mesmo nela própria. E saiu com Antonio, como se não houvesse outro caminho.

NOTA DA AUTORA:

ESTE É O SEXTO EPISÓDIO DE UMA PEQUENA SÉRIE DE CONTOS.

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