Naquele início de noite, Frederico, último paciente de um renomado psicanalista, estava deitado no divã. Ao ouvir um estalo seco, ele interrompeu seu relato angustiado e fixou o olhar na porta. E então levantou-se lentamente, sussurrando:
— Tem alguém lá fora.
Acostumado às fantasias de perseguição do paciente, o psicanalista fez uma anotação em sua agenda, sem dizer uma palavra. Em pé, gesticulando de forma frenética, Frederico insistiu, falando com um tom de voz quase inaudível:
— Tem alguém lá fora.
Antes que o psicanalista tivesse tempo de responder, a porta do consultório foi arrombada com um golpe violento. Num gesto ainda mais ágil, Frederico pulou no pescoço do ladrão, o abraçando com força:
— Que alívio! Você me salvou! Eu sabia que não era loucura da minha cabeça!
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