DOLCE VITA
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"Ana fazia diferente". "Ana adorava isso". "Ana detestava aquilo". No início, Clarice tentara lidar com a sombra da primeira esposa de Márcio. Ele a perdera em um trágico acidente. No entanto, com o passar do tempo, o marido permanecia refém: a lembrança viva de Ana pairava pela casa como uma névoa espessa. E cada vez que Márcio mencionava o nome de Ana, Clarice se apagava um pouco mais até tornar-se quase invisível para seu marido. 

 

Numa noite abafada, sem conseguir dormir, Clarice desceu para beber um copo de água. O silêncio da casa era quebrado apenas pelo tique-taque do relógio que pertencera à primeira esposa de Márcio. De repente, um vulto surgiu no meio da sala. Era ela: Ana parecia ainda mais real do que Clarice. 

 

— Não se assuste — disse Ana. Sua voz soava firme, mas serena. 

 

Clarice mal conseguiu balbuciar:

 

— O que você quer?

 

Lentamente, a primeira esposa se aproximou, seus olhos fixos em Clarice, como se conseguisse ver através dela.

 

— Conversar. Nós duas somos fantasmas nesta casa. 
 

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Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 17/02/2025
Alterado em 17/02/2025
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