— Alô!
— Aqui é o Sato.
— Quem?
— Sato!
— Não conheço nenhum Sato.
— Como não?
— O senhor está bêbado?
— Ah! Então me conhece!
— Continuo sem entender nada.
— Ora, se diz que estou embriagado, é por ser vidente?
— Não, por ser ouvinte. Estamos ao telefone.
— A senhora se acha muito inteligente.
— Se eu fosse tão inteligente não estaria mais na linha.
— Como se soubesse o que é andar na linha.
— Melhor não contrariar.
— Chega! O que tem a me dizer?
— Que tal… adeus?
— Quanto cinismo. Aposto que vai dizer agora que liguei para o número errado.
— Seria mais sensato, mas estou falando com Sato.
— O que prova que sempre soube com quem fala!
— Sim! Com Sato, o Rei dos Chatos.
@dolcevitacontos