DOLCE VITA
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A história de X e Y começou com uma mentira. Y repetia, furiosa:

 

— Nunca tive nada com Z.

 

Mas Z era um caso antigo de Y, que continuava a fugir pela tangente sempre que X a questionava.

 

Disposto a resolver a equação da sua vida amorosa, X traçou um plano paralelo às próprias desconfianças. O que elevou ao quadrado sua angústia, mas o esquema do flagrante estava armado.

 

Na noite seguinte, X seguiu em linha reta atrás de Y. Sua respiração acelerada dividia-se em frações de ansiedade.

 

Mas ele não seria mais um X se o problema que o atormentava não estivesse a um passo de tornar-se um mero cálculo perdido no tempo.

 

E então, X se deparou com a cena de uma traição em ângulo reto. O triângulo que não era equilátero estava escancarado. Do outro lado da rua, Y e Z se beijaram, elevando ao cubo o desgosto de X.

 

A equação era inevitável:

Y + Z = X (traído).

 

Diante do duro golpe, X teve a exata sensação de ser o zero à esquerda — insignificante, mas patético por continuar presente. Uma lágrima geométrica rolou pelo seu rosto. Era a primeira vez que sobrava em uma conta inexata.

 

E o mundo de X daria muitas voltas elípticas e solitárias até que ele conhecesse a mais estonteante de todas as musas: Hipotenusa. Sincera demais, chegou na vida dele dizendo que o amor não era matemática.

 

Era magia.

 

E, pela primeira vez, X foi feliz sem calcular coisa alguma — porque o amor simplesmente acontece.

 

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Enviado por Dolce Vita em 31/03/2025
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