Bruna franziu a testa.
— Que história é essa?
Do outro lado da mesa, Vitória, sua melhor amiga, tentava explicar — pela milésima vez — a tal teoria do encontro perfeito.
— É tudo muito simples.
— Ah! Tá! Simples?
Vitória, calma como sempre, esperou que a amiga parasse de interromper sua fala, controlando a ansiedade — o que poderia durar uma vida.
Depois de algum tempo, Bruna respirou fundo e fez um gesto com a mão, devolvendo a palavra à amiga.
A teoria do encontro perfeito defendia a ideia de que, quando duas pessoas estavam destinadas a se encontrar, a história fluía.
Bruna não pensou duas vezes:
— Então nessa teoria nada está em nossas mãos. Estamos todos nas mãos do destino.
— Eu não disse isso.
Mais uma vez, Vitória tentou explicar. Os encontros amorosos eram desenhados além de nós, em outra dimensão. Mas cabia a cada um cuidar bem de si mesmo, afinal o amor começava dentro da própria pessoa.
Bruna pensou na coleção de desastres amorosos de sua vida e rebateu:
— E se o destino não for com a minha cara e não quiser tecer esse encontro fantástico no meu caminho? O que eu faço?
Será que alguém teria uma boa resposta? Vitória arriscou:
— Defenda outra teoria esculachando o destino.
@dolcevitacontos