DOLCE VITA
INSTAGRAM: @dolcevitacontos
Capa Meu Diário Textos Áudios Perfil Livro de Visitas Contato Links
Meu Diário
17/10/2011 00h54
CARTA PARA OS AMANTES

Confesso. Sou amante. Aliás, uma delas: as letras possuem muitos apaixonados. Quando penso na palavra, imagino um laço. A isca que desperta um sorriso, lágrima ou uma sonora gargalhada. Uma caixa de surpresas que se abre para muitos sentidos. Em outros momentos, tudo parece absoluto. A palavra é o som que nos cala. Tradução literal. No instante seguinte é tormento, ansiedade, mas também pode ser mansidão, quase uma paz.

Sagrada para quem escreve, a palavra transforma-se em altar do pensamento para dar forma, cor e luz às coisas da vida. E exige entrega. Do contrário, não haverá sentido.

Escrever é a arte que ninguém ensina, nem é possível aprender, além da técnica. Pode conter a leveza da respiração de um bebê dormindo no colo de sua mãe, ou abarcar maremotos de emoções que nos lançam em águas agitadas e bravias. Não importa o caminho. Será sempre natural porque expressar é humano.

Quem escreve sabe, ou talvez apenas sinta, que não pode explicar muito o que escreveu. Depois de escrita, a palavra cria asas, vida própria e como bailarina, surge diante de outros olhos que a seguirão em todos os seus movimentos.

Quem nos lê, verá uma tonalidade a mais, um novo sentido e nas entrelinhas, escritor e leitor marcam um encontro que só é possível através deste idioma da criação.

Neste mundo da palavra, a dor se transforma em sonetos, saudade em crônicas, perdas em contos e amor em romances.

Publicado por Dolce Vita
em 17/10/2011 às 00h54
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
 
14/08/2009 02h05
NOSSA HISTÓRIA

             


 
No centro da minha alma cigana, as raízes

                         Eco da tua ausência se dilata em saudade
 


Horas vazias e sem destino dentro de mim

                         Espalham marcas entranhadas na memória
                 


Palmas estalam o som da distância irreversível

                        Piso na realidade, insubmissa ao derradeiro fim



E nada mais importa se estamos lado a lado

                        Nos parágrafos onde dança nossa história.






(*) Imagem Google

Publicado por Dolce Vita
em 14/08/2009 às 02h05
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
 
02/08/2009 22h03
ESCRITOR



O escritor é o artesão da palavra. Em suas mãos, as letras parecem argila.


Sua inspiração molda as frases. As lembranças criam formas e os afetos, conteúdo.


Escrever é um ofício que nasce do vício da leitura.


Quem dera, em nosso país tivéssemos cada vez mais "viciados" no universo da palavra.


O berço esplêndido às margens plácidas da pátria do sentido.





(*) Imagem: Google

Publicado por Dolce Vita
em 02/08/2009 às 22h03
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
 
25/07/2009 16h26
POR TODOS OS POROS
 

 


As pessoas definitivas na minha vida não permanecem presentes no caminho por mais de alguns dias.
 

Entretanto seguem como entranha poética aberta em mim.

 
Trago a alma tatuada por brevíssimos instantes em que falei tão pouco. E o silêncio ao meu lado disse coisas sem tradução em palavras.
 

Talvez, coubessem nos desenhos ou nas cores, em traços, ondas, contornos que a maré arrasta e leva para longe o que desaguou em mim num segundo.
 

Estes encontros rabiscam histórias paralelas às despedidas no cais do coração e assim, alimentam minha vontade de escrever.
 

Um dia encontrarei as frases ilustradas destes enredos amorosos.
 

Gente que disse a que veio em segundos.
 

Enquanto outras, mesmo após décadas de proximidade, permanecem como folhas em branco...
 

Certas pessoas viram o que sou e viraram minha vida pelo avesso.
 

Transpiramos sinais e coincidências por todos os poros...



(*) Imagem: Google

Publicado por Dolce Vita
em 25/07/2009 às 16h26
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
 
21/07/2009 15h19
CARTA PARA O AMOR QUE VIRÁ



 


Imaginei encontrá-lo em Istambul.
 

Os olhos seriam azuis. A voz mansa e ao mesmo tempo, grave.

 
E uma calma de fazer minha alma cantar tola em estado de graça.

 
Sem avisar, você surgiu fulminante e tão calado. Teu silêncio era música.


Não estávamos no Expresso do Oriente, mas ainda assim, poderia jurar ter embarcado naquele trem. Nossas mochilas ali, no canto, surradas na mesma medida, trocaram os laços.

 
Há tantos nós em nós...
 
 

A fragilidade daquele instante lembrava linhas pontilhadas. Quis perguntar se também via um mapa mundi à nossa frente.


Em que ponto cruzaríamos a mesma rota?


O destino já estaria escrito?


E se a vida me devolvesse ao cais deste sonho novamente sozinha?

 
Minha alma ficaria à deriva como a cenografia de um apartamento vazio em Paris?

 
Ao fundo, ouviria tango?

 
Seria o último?

 
Derradeiro ou não, teu corpo parecia imã.

 
Explicar o quê?

 
Algumas vezes pedi desculpas pela distância milimétrica que separava nossas roupas.

 
Em outras, olhei tua boca para escutar o que não dizia.

 
Você rabiscava um velho diário, ao invés de falar. Teu silêncio era cor.

 
Meu traço é palavra.

 
Entrelinha incolor.

 

P.S.:
Algo me espera em Istambul.




(*)
Imagem: Google

http://www.dolcevita.prosaeverso.net
Publicado por Dolce Vita
em 21/07/2009 às 15h19
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
Página 40 de 48